Cine Trash #2: "Do Além"


Pode-se dizer que é heresia chamar um filme como esse de "trash", se levarmos em consideração a tradução literal da palavra (lixo). Ainda mais se buscarmos o significado do termo e descobrirmos que "um filme mal feito, sem recursos, mas divertido" também pode receber esse título. Caramba, "Do Além" tem ótimos recursos, bons efeitos e é divertido - por que seria "trash"? Não importa, basta saber que essa produção de Stuart Gordon (que marcaria presença na sessão com outro clássico "Re-Animator: A Hora dos Mortos-Vivos"), idealizada a partir de uma história do genial H. P. Lovecraft, é um filmaço, com tudo o que um fã do gênero pode esperar.
Se ainda não se convenceu, lembre-se de pesquisar a filmografia de Jeffrey Combs e Barbara Crampton, protagonistas do filme ao lado de Ted Sorel (do grotesco "Basket Case"). Ambos são figurinhas carimbadas no gênero, participando de centenas de filmes sempre em destaque, com seus estilos peculiares (o primeiro como cientista ou médico de monstros; a segunda como uma sedutora mocinha).
Na história interessante, o cientista maluco, Dr. Edward Pretorius, desenvolve uma máquina, uma Sonic Resonator (da empresa Tabajara?), capaz de abrir um portal para um mundo paralelo, um lugar que existe além da nossa visão, mas que divide o mesmo espaço físico. Depois de sua morte, nos três primeiros minutos, seu assistente, Dr. Crawford Tillinghast, é internado num hospital psiquiátrico sob os cuidados da Dra. Katherine Michaels - que se interessa pelo aparelho e fica insistindo em sua re-utilização. Quando a máquina é ligada, o Dr.Pretorius surge como uma das criaturas "do além" que, aos poucos, seduzem os envolvidos a usarem mais vezes, desenvolvendo a glândula pineal e fundindo os dois mundos.
Com cenas bizarras, envolvendo sexo e nojeira, "Do Além" é repleto de momentos clássicos e que tornam obrigatórias várias conferidas. A cada nova experiência, o filme adquire um outro tom, como se a tal glândula do espectador também fosse ativada, permitindo uma nova avaliação. Destaco a cena em que Tillinghast arranca o olho da doutora à dentada - algo que só fui conferir em todas as suas qualidades depois na versão uncut. Também há belo momento de transformação na versão completa!
Confesso não tê-lo visto na sessão "Cine Trash". Vi o filme em VHS mesmo, numa versão cortada, mas tão tanto como as produções do extinto programa. Hoje você encontra uma versão uncut para download com legendas (se preferir) em diversos sites na net - enquanto o filme continua o "do além" pelas distribuidoras brasileiras.
Clique aqui para conferir um artigo do Felipe M.Guerra sobre o filme.
Este post faz parte uma série proposta neste tópico.





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