Aqueles que dizem que a escola é o alicerce da nossa evolução estão plenamente corretos. É nessa época que formamos nosso caráter, decimos que caminho seguiremos, que profissão exerceremos, que postura teremos...Como professor, sei ainda mais o quanto ela é indispensável para nosso crescimento, mas também tenho plena convicção de que o ambiente escolar pode também ser bastante cruel. A passagem pela vida escolar pode se tornar um martírio se não aprendermos a sobreviver a ela, se não conseguirmos nos tornar os donos das nossas atitudes, conseguindo vencer os preconceitos, os valentões, os apelidos improváveis...


Na minha época, também sofri com alunos briguentos, apanhei muito e até fiquei afastado durante um semestre inteiro devido a confusões por bobagens sem sentido. Por esse motivo, tento ser um professor justo, sem diferir os alunos, sem catalogá-los, esforçando ao máximo para entendê-los. Nem sempre consigo.


O episódio 13 da quarta temporada já me conquistou pelo título "After School Special". Sabendo que teria um retorno ao passado escolar dos Winchester, assisti com bastante ânimo e interesse, deixando de lado furos inevitáveis e até a fuga do tema principal da temporada. Depois de duramente ofendida por outras alunas, uma jovem se senta próxima a outra excluída na hora da refeição e a ofende de forma ainda mais agressiva. Pouco tempo depois, a aluna ofendida irá se vingar mortalmente da jovem mal-educada - mais um caso misterioso que irá atrair a atenção dos irmãos heróis, resgatando uma passagem rápida que tiveram nessa escola.


Vemos então Dean e Sam adolescentes. O ator que interpreta Dean é impressionantemente parecido com o Jensen; também é preciso elogiar o jovem Sam, que já havia aparecido no episódio de Natal, "A Very Supernatural Christmas". Além de idênticos aos protagonistas, é difícil não notar os trejeitos adquiridos pelos meninos - ainda que o diretor insinue desnecessariamente um movimento nos cabelos do pequeno Sam para as pessoas entenderem a relação. Os jovens se matriculam na escola, cada um seguindo o seu estilo: Dean não gosta de estudar, não leva material à escola, só se preocupa em paquerar garotas, mesmo que esteja ferindo o sentimento delas; já Sam é esforçado, escreve boas redações e já demonstra uma certa vocação para fazer o bem, enfrentando um certo menino valentão para defender outro.

Quando a história retorna para o presente, Sam arrumou um emprego na limpeza e, sabe Deus como, Dean conseguiu se infiltrar na escola como professor substituto de Educação Física. Vestindo um uniforme muito engraçado, ele não pensa duas vezes quando o assunto é castigar as crianças com voltas pela quadra ou atrapalhando os jogos dos meninos. Ele até diz para Sam que descobriu que uma das torcedoras tinha mais de 18, já deixando entender que ele já havia se interessado por uma delas.

Na investigação, Sam e Dean descobrem que há um espírito vingativo rondando a escola e se vingando dos alunos que são ofendidos. Coincidentemente, as probabilidades levam a questionar a morte de dois jovens que fizeram parte da infãncia de Sam: o valentão Dick e o nerd Barry Cook. Qual aluno poderia estar agindo na escola contra os demais?

Em contraparte, Sam reencontra um professor que havia dado a ele um conselho quando criança o que caminho que deveria seguir na vida, um daqueles que costumamos dar a nossos alunos, com a esperança que eles possam ter algum significado. A resposta deixa evidente o quanto o rapaz não anda muito contente com a profissão que herdara de seu pai.

Acompanhar um episódio com uma temática tão próxima ao meu universo não poderia ter outra avaliação que não 10. Um dos melhores episódios de "Supernatural".

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