[SP Terror] Crítica: "Humanos"


Como todo cientista maluco que volta-e-meia aparece nos filmes de terror, o professor Schneider ((Philippe Nahon) acredita que há grandes chances de que o homem pré-histórico possa ter sobrevivido à evolução humana (!!!). Assim, quando fica sabendo de alguns fósseis recentes encontrados nos Alpes Suiços, ele trata logo de convencer seu assistente e uma ex-companheira do jovem para uma expedição ao local. No caminho, cruzam com uma família de três pessoas a passeio em uma minivan, até que o carro sofre um gravissímo acidente na estrada, com o veículo sendo arremessado para o interior de uma mata fechada.

Diante de um ambiente desconhecido, enquanto tentam resistir aos ferimentos da queda e a alguns obstáculos pelo caminho, o grupo descobre uma estranha raça de seres pré-históricos, longe de serem amigáveis. Inicia-se, então, uma caçada pela selva, com o grupo tentando fugir dos seres e procurando um abrigo, sem saber as reais intenções seus inimigos.

Essa é a base da história dos diretores Jacques-Olivier Molon e Pierre-Olivier Thevenin, que desenvolveram uma espécie de "Elo Perdido" sem os dinossauros. Os absurdos dessa aventura na selva já começam com a atuação teatral do professor Schneider, o acidente de carro exagerado em CGI, culminando numa batalha surreal entre as duas raças, numa tentativa de questionar os verdadeiros vilões dessa história. Tudo é malfeito: a maquiagem "Bela e a Fera", a explosão, os diálogos ruins entre os personagens ("você vai ver a extinção de uma espécie.")...

Para piorar a avaliação, os furos são grandes: o assistente do professor machuca o joelho nas primeiras cenas do filme, e o médico diz que ele terá que repousar e operá-lo. Ainda assim, o professor insiste em chamá-lo para a empreitada, mesmo sabendo dos riscos em ter que transportar alguém ferido. No meio do filme, o rapaz já está correndo como se estivesse numa maratona, ignorando esse detalhe do joelho que simplesmente não serve para nada no roteiro.

"Humanos" poderia ter sido bem melhor se os homens-da-caverna aparecessem menos, fossem mais implícitos à trama, e suas intenções não fossem tão bisonhas, principalmente com o roteiro tentando mostrar ao longo de sua projeção que algo assim poderia realmente existir, numa dessas reservas florestais. Uma triste constatação de que a evolução da espécie é algo que não aconteceu com os realizadores desse filme.

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