Cine Trash #3: "Contos da Escuridão"
1 Necronomicon Escrito a sangue por Marcelo Milici às sexta-feira, fevereiro 27, 2009Cine Trash #2: "Do Além"
0 Necronomicon Escrito a sangue por Marcelo Milici às sexta-feira, fevereiro 27, 2009Cine Trash #1: "Shakma: A Fúria Assassina"
5 Necronomicon Escrito a sangue por Marcelo Milici às sexta-feira, fevereiro 27, 2009Supernatural 4x14 - "Sex and Violence"
1 Necronomicon Escrito a sangue por Marcelo Milici às quarta-feira, fevereiro 25, 2009Como já foi dito antes, é comum seriados longos apresentarem episódios que não são relacionados diretamente com o tema principal da temporada. "Buffy", "Angel", "Arquivo X" e muitas outras produções faziam isso com frequência - e isso nunca incomodou os fãs que apenas se importavam em ver seus "heróis" em ação. No entanto, esses episódios eram intercalados por outros mais relevantes, mantendo a atenção do público sempre em alta. Com "Supernatural" não foi diferente. Todas as temporadas tiveram esses episódios que podiam ser descartados ou vistos fora de ordem - principalmente a primeira, quando a série ainda não tinha rumo -, sem deixar de apresentar histórias interessantes e divertidas. O problema é quando o fã amadurece, a temporada começa quente, surge um período de férias, e a série volta morna, esquivando-se de tudo o que foi mostrado antes, dando pinceladas apenas no tema recorrente.
A partir dessa introdução e desabafo, fica fácil entender o que quero dizer: paciência de fã tem limite! Depois de dez episódios agitados, envolvendo anjos e demônios, quebras de selos que podem trazer Lúcifer, e algumas importantes revelações sobre o passado triste de Dean, "Supernatural" simplesmente voltou sem graça, com episódios apenas divertidos, mas "esquecíveis", que poderiam ser exibidos em qualquer temporada já que não afetam os acontecimentos principais. Veja bem: depois do décimo episódio, descobrimos que Dean foi cruel no inferno, quer pagar pelos erros, está preocupado com o irmão e nunca foi um bom aluno na escola; que Sam ainda usa seus poderes de exorcismo, não quer envelhecer nessa vida de caçador e mantém contato com a Ruby...Isso foi mostrado em quatro episódios!! Notem que as informações nem são assim tão relevantes à ascensão do demônio, à caça de Lilith, o fim do mundo, a revolta dos anjos...
O episódio "Sex and Violence" começa fazendo jus à segunda palavra: um homem chega em casa depois do trabalho, fica irritado com o convite para uma festa e mata sua amada esposa com uma paulada, num estado de fúria incontrolável. Depois dos créditos, Dean acorda e nota que seu irmão mantém uma conversa secreta com alguma pessoa desconhecida pelo telefone (seria a Ruby?). Na cena seguinte, disfarçados de advogados, eles conversam com o marido assassino, Sr.Benson, que, consciente de seus atos, está disposto a pagar pelo crime. Com o rapaz, os irmãos descobrem que ele havia conhecido uma tal de Jasmine numa boate e estaria encantado pela garota.
Sam conhece a bela doutora Roberts, que conta a respeito de uma toxina presente no sangue do assassino, uma tal de Oxytocin - comum na infância e nas relações sexuais. Para Dean só importa o fato de poder investigar um clube de strippers, seu maior sonho! Enquanto tentam investigar uma possível possessão demoníaca, o velho Bobby (de volta à série) diz se tratar de um ataque de "Sereia" ou "Ninfa", uma criatura que encanta suas vítimas, fazendo-as cometer assassinatos por amor. E o pior: ela assume formas diversas a cada ataque, dificultando uma fácil identificação.
Na busca pela tal criatura, Sam e Dean conhecem o agente do FBI Monroe. O modo que o agente usa para verificar a veracidade da identidade usada pelos Winchesters, telefonando para a central e conversando com um Bobby cheio de telefones é hilária.
Assim, os irmãos partem para lados distintos para investigar os feitiços da criatura, sem saber que um dos dois já está em encantado e sofrendo os efeitos de sua maldição, podendo, inclusive, colocar um contra o outro.
"Sex and Violence" não é um episódio ruim. Aliás, é bem divertido, tem bons momentos de ação e tensão, característicos da série. Porém, é descartável. Dias depois de sua exibição é provável que você até esqueça os principais detalhes e informações do episódio, sendo obrigado a conferir uma segunda vez para poder escrever a respeito. Muito pouco para uma série marcante como "Supernatural".
Trilogia Boogeyman
1 Necronomicon Escrito a sangue por Marcelo Milici às domingo, fevereiro 08, 2009Nunca tive problema com filmes de terror exatamente porque meus pais nunca me impediram de ver produções do gênero e evitaram ao máximo desenvolver essas lendas bizarras. Mas, muitas pessoas que hoje temem assistir "O Exorcista" e "Evil Dead" dizem que a aversão ao estilo se deve ao medo criado na infância pelos pais que insistem em utilizar essas criaturas para "ensinar" seus filhos.
Em 2004, o mestre Sam Raimi e seu parceiro Robert G. Tapert criaram uma produtora especializada em lançar filmes de terror, a conhecida "Ghost House Pictures". Começou com o remake do oriental "The Grudge" e depois mais 18 produções nasceram dessa empresa. Filmes como "Os Mensageiros", "30 Dias de Noite", "Rise" e até o remake de "The Evil Dead" estão entre as obras desenvolvidas dessa parceria.
O segundo filme da produtora foi "O Pesadelo" (Boogeyman), lançado em 2005, com a promessa de resgatar o medo primitivo do ser humano pelas criaturas que moram na escuridão. Partindo de uma idéia pouco original ("Habitantes da Escuridão", "Medo do Escuro", "No Cair da Noite", "A Hora do Pesadelo"), o filme trazia o ator Barry Watson ("Tentação Fatal") interpretando Tim Jensen, um jovem que, depois de testemunhar o sumiço misterioso do pai, teve que voltar a enfrentar seu medo do "bicho-papão", com o falecimento da mãe, quinze anos depois. Ele resolve ficar na casa dos pais - em estilo gótico, com aspecto assustador -, com a intenção de enfrentar e vencer seu medo, além de descobrir o que realmente aconteceu com sua família. O filme até mantém um certo interesse enquanto a criatura não aparece, quando trabalha apenas com a sugestão, com o terror psicológico. Depois, quando tem início uma bagunça envolvendo passagens para outras dimensões, e o tal "bicho-papão" surge como um monstrinho digital que não convence ninguém, o longa acaba se transformando numa bomba gigantesca, que faz jus ao título adquirido de "pior filme terror de 2005". Curiosamente, o roteiro pertence a Eric Kripke, que atualmente escreve para a série "Supernatural".
Mesmo com o lançamento desastroso nos cinemas, a "Ghost House Pictures" anunciou duas sequências diretas-para-o-vídeo. A primeira, "O Pesadelo 2" (Boogeyman 2), lançada em 2007, deixou os fas do gênero com um pé atrás, já imaginando o quanto ruim poderia ser um filme que é continuação de uma produção terrivelmente horrorosa. No entanto, para surpresa da massa, o filme não só é "assistível" como consegue até, de uma certa forma, consertar os erros do longa original.
Ambientado num hospital psiquiátrico, o filme tem como protagonista Laura Porter (Danielle Savre), que teve o mesmo trauma do personagem do filme anterior, mas resolveu buscar ajuda com o Dr. Mitchell Allen (Tobin Bell) e participar de seus métodos bizarros para enfrentar seu maior medo. No entanto, no melhor estilo "A Hora do Pesadelo 3: Guerreiros dos Sonhos", alguém ou alguma coisa resolveu diminuir o elenco através de mortes violentas, que refazem os seus piores pesadelos. Apesar de termos Tobin Bell e algumas mortes que lembram "Jogos Mortais", "Boogeyman 2" torna-se interessante quando estabelece uma conexão direta com o primeiro filme, e relembra os bons slashers de antigamente. E as atuações são bem mais convincentes neste aqui, tem cenas de nudez e sangue escorrendo pelas paredes da instituição. Ainda que tenha suas falhas (a morte dos pais da jovem não é bem explicada), vale uma curiosa conferida.
Em 2008, a segunda continuação foi lançada em DVD nos EUA. Assim como o filme anterior, "Boogeyman 3" teve um roteiro de Brian Sieve, que mais uma vez acertou a mão ao desenvolver uma história totalmente conectada com os eventos anteriores, sangrenta e bem interessante. Desta vez, temos a bela Erin Cahill como a protagonista Sarah, uma jovem radialista da faculdade que presencia a morte da amiga Jennifer, aparentemente vítima de suicídio. Na verdade, a garota já reclamava há algum tempo que estava sendo perseguida pelo "boogeyman", mas Laura só pode comprovar os fatos quando viu a amiga sendo enforcada pela criatura em seu quarto. Aos poucos a cética passa a perder o controle quando novos sustos a perseguem e novas vítimas começam a surgir, confirmando os relatos do diário do Dr. Mitchell Allen sobre a existência desse terrível mal.
Se no anterior, Brian Sieve lembrava o terceiro filme da franquia "A Hora do Pesadelo", neste aqui as influências vieram de uma produção mais recente: "Freddy Vs Jason". No crossover, Freddy precisava fazer as pessoas acreditarem em sua existência para surgir nos pesadelos dos jovens; neste aqui, a criatura se alimenta de sua crença - quanto mais pessoas acreditarem que ela existe, mais forte ela se torna.
O problema de "Boogeyman 3" é notado na dificuldade que o roteirista teve em terminar a história. Sem revelar detalhes que possam estragar a surpresa, posso dizer apenas que o filme terminou três vezes, exatamente porque o autor queria deixar um gancho para uma continuação. Se terminasse duas cenas atrás, o filme teria um conceito melhor e fecharia de forma positiva a trilogia. Ainda assim, é um bom filme, sem surpresas, um entretenimento ideal para aqueles que buscam uma produção divertida e sangrenta no gênero.
Supernatural 4x13 - "After School Special"
0 Necronomicon Escrito a sangue por Marcelo Milici às segunda-feira, fevereiro 02, 2009Aqueles que dizem que a escola é o alicerce da nossa evolução estão plenamente corretos. É nessa época que formamos nosso caráter, decimos que caminho seguiremos, que profissão exerceremos, que postura teremos...Como professor, sei ainda mais o quanto ela é indispensável para nosso crescimento, mas também tenho plena convicção de que o ambiente escolar pode também ser bastante cruel. A passagem pela vida escolar pode se tornar um martírio se não aprendermos a sobreviver a ela, se não conseguirmos nos tornar os donos das nossas atitudes, conseguindo vencer os preconceitos, os valentões, os apelidos improváveis...
Na minha época, também sofri com alunos briguentos, apanhei muito e até fiquei afastado durante um semestre inteiro devido a confusões por bobagens sem sentido. Por esse motivo, tento ser um professor justo, sem diferir os alunos, sem catalogá-los, esforçando ao máximo para entendê-los. Nem sempre consigo.
O episódio 13 da quarta temporada já me conquistou pelo título "After School Special". Sabendo que teria um retorno ao passado escolar dos Winchester, assisti com bastante ânimo e interesse, deixando de lado furos inevitáveis e até a fuga do tema principal da temporada. Depois de duramente ofendida por outras alunas, uma jovem se senta próxima a outra excluída na hora da refeição e a ofende de forma ainda mais agressiva. Pouco tempo depois, a aluna ofendida irá se vingar mortalmente da jovem mal-educada - mais um caso misterioso que irá atrair a atenção dos irmãos heróis, resgatando uma passagem rápida que tiveram nessa escola.
Vemos então Dean e Sam adolescentes. O ator que interpreta Dean é impressionantemente parecido com o Jensen; também é preciso elogiar o jovem Sam, que já havia aparecido no episódio de Natal, "A Very Supernatural Christmas". Além de idênticos aos protagonistas, é difícil não notar os trejeitos adquiridos pelos meninos - ainda que o diretor insinue desnecessariamente um movimento nos cabelos do pequeno Sam para as pessoas entenderem a relação. Os jovens se matriculam na escola, cada um seguindo o seu estilo: Dean não gosta de estudar, não leva material à escola, só se preocupa em paquerar garotas, mesmo que esteja ferindo o sentimento delas; já Sam é esforçado, escreve boas redações e já demonstra uma certa vocação para fazer o bem, enfrentando um certo menino valentão para defender outro.
Quando a história retorna para o presente, Sam arrumou um emprego na limpeza e, sabe Deus como, Dean conseguiu se infiltrar na escola como professor substituto de Educação Física. Vestindo um uniforme muito engraçado, ele não pensa duas vezes quando o assunto é castigar as crianças com voltas pela quadra ou atrapalhando os jogos dos meninos. Ele até diz para Sam que descobriu que uma das torcedoras tinha mais de 18, já deixando entender que ele já havia se interessado por uma delas.
Na investigação, Sam e Dean descobrem que há um espírito vingativo rondando a escola e se vingando dos alunos que são ofendidos. Coincidentemente, as probabilidades levam a questionar a morte de dois jovens que fizeram parte da infãncia de Sam: o valentão Dick e o nerd Barry Cook. Qual aluno poderia estar agindo na escola contra os demais?
Em contraparte, Sam reencontra um professor que havia dado a ele um conselho quando criança o que caminho que deveria seguir na vida, um daqueles que costumamos dar a nossos alunos, com a esperança que eles possam ter algum significado. A resposta deixa evidente o quanto o rapaz não anda muito contente com a profissão que herdara de seu pai.
Acompanhar um episódio com uma temática tão próxima ao meu universo não poderia ter outra avaliação que não 10. Um dos melhores episódios de "Supernatural".
Supernatural - 4x12 - Criss Angel is a Douche Bag
0 Necronomicon Escrito a sangue por Marcelo Milici às segunda-feira, fevereiro 02, 2009Sempre fui fascinado por mágicas. Como toda eterna criança, cresci encantado por aquelas pessoas que faziam cartas aparecerem das maneiras mais inusitadas, moedas surgirem em nossos bolsos e até pombinhas e coelhos escaparem de cartolas e panos discretos. Quando crescemos e descobrimos o significado da palavra "truque", o encantamento começa a desaparecer aos poucos. Hoje, vemos mágica com um olhar mais crítico, buscando alguma falha ou algo que prove que tudo aquilo é apenas uma brincadeira. Mas, ainda assim, é difícil não se impressionar com um truque bem feito. Quanto mais ousado e perigoso, mais interessante fica.
O episódio que foi ar dia 22 de janeiro trabalhou de forma belíssima esse tema, ainda que não tenha apresentado muitas novidades para a temporada. "Criss Angel is a Douche Bag" apresenta um trio de mágicos que está na linha tênue entre a desistência e a inovação de seu trabalho. Durante mais um show de mágica, um número considerado mortal é apresentado por Jay Dexter (o experiente Barry Bostwick. O episódio ainda contaria com outros veteranos - Richard Libertini e John Rubinstein): deitado numa mesa, o mágico deve conseguir escapar das correntes antes que um painel de lanças caia sobre ele em 60 segundos. A mágica aparentemente falha, mas Jay sai vivo como se fizesse parte do número, enquanto, próximo dali, um mágico acabava de morrer com estranhas perfurações no corpo. Essa capacidade de transferir a morte para outro mágico iria acontecer outras vezes, obrigando os irmãos Winchester a impedir que novas vítimas apareçam - mas, quem estaria por trás dessa mágica?
Nesse interim de investigação e confronto, Sam reencontra Ruby, que volta a exigir que o rapaz explore novamente seus poderes de exorcismo contra os demônios. Será que Sam está preparado para voltar a enfrentar o verdadeiro vilão da temporada ou prefere enfrentar o mal por toda a vida? Esses questionamentos surgirão sutilmente durante o episódio, e o rapaz terá a resposta com a solução do mistério. Curiosamente, nenhum dos heróis terá papel fundamental no confronto com o mal do episódio.
Um bom episódio. Sem grandes novidades, mas ainda assim interessante. O destaque fica para o encontro de Dean com um tal de "chefe" - como ele escapou daquela situação constrangedora? A atuação bem-humorada de Jensen continua sendo a carta na manga dos realizadores da série "Supernatural". Mas, é preciso voltar à trama principal...
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