Um menino, prestes a servir de alimento para uma estranha mulher, resolve enrolá-la contando histórias de terror. A primeira é sobre uma múmia que é usada de instrumento de vingança por alguns alunos ("Lote 249", baseado num conto de Sir Arthur Conan Doyle). A segunda é sobre um gato que tem mais do que sete vidas e causa terror para um rico empresário, obrigando-o a contratar um assassino ("Cat from Hell", de George Romero a partir de história de Stephen King). Já a última é sobre um artista que faz um acordo com uma criatura para se tornar famoso, mas não cumpre sua parte ("Lover's Vow", roteiro de Michael McDowell).
Sou fanático por antologias. Cheio de histórias curtas e sombrias, esse estilo "fast food" é sempre bem visto, já que possui um roteiro ágil, poucos personagens e sempre um "host" para apresentar as histórias ao público. Gosto tanto que sempre caço filmes do estilo, assisto a diversas séries (adoro "Hitchcock Presents", que é exibida pelo "TCM" aos finais de semana), apesar de sempre confundir os longas que as exibem.
No caso de "Contos da Escuridão", gosto das três histórias dentro de suas limitações. Mas, a mais trash e divertida é a segunda, com seu final bizarro e diferente. A da gárgula também é boa, apesar de previsível e possuir efeitos fraquinhos. Já a da múmia é um pouquinho chatinha, mas possui um final interessante.
É curioso encontrar atores conhecidos em seu início de carreira ou pagando mico em antologias. Aqui, temos jovens Christian Slater, Steve Buscemi e Julianne Moore. Os três estão na segunda história, com seus destinos trágicos, nas mãos de uma múmia vingativa.
"Contos da Escuridão" é um bom filme. Teve continuações inferiores e imitações, mas vale uma oportunidade. Também possui um fácil download na internet (inclusive no YouTube) para aqueles que desistem de esperar a boa vontade de uma distribuidora.
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Pode-se dizer que é heresia chamar um filme como esse de "trash", se levarmos em consideração a tradução literal da palavra (lixo). Ainda mais se buscarmos o significado do termo e descobrirmos que "um filme mal feito, sem recursos, mas divertido" também pode receber esse título. Caramba, "Do Além" tem ótimos recursos, bons efeitos e é divertido - por que seria "trash"? Não importa, basta saber que essa produção de Stuart Gordon (que marcaria presença na sessão com outro clássico "Re-Animator: A Hora dos Mortos-Vivos"), idealizada a partir de uma história do genial H. P. Lovecraft, é um filmaço, com tudo o que um fã do gênero pode esperar.
Se ainda não se convenceu, lembre-se de pesquisar a filmografia de Jeffrey Combs e Barbara Crampton, protagonistas do filme ao lado de Ted Sorel (do grotesco "Basket Case"). Ambos são figurinhas carimbadas no gênero, participando de centenas de filmes sempre em destaque, com seus estilos peculiares (o primeiro como cientista ou médico de monstros; a segunda como uma sedutora mocinha).
Na história interessante, o cientista maluco, Dr. Edward Pretorius, desenvolve uma máquina, uma Sonic Resonator (da empresa Tabajara?), capaz de abrir um portal para um mundo paralelo, um lugar que existe além da nossa visão, mas que divide o mesmo espaço físico. Depois de sua morte, nos três primeiros minutos, seu assistente, Dr. Crawford Tillinghast, é internado num hospital psiquiátrico sob os cuidados da Dra. Katherine Michaels - que se interessa pelo aparelho e fica insistindo em sua re-utilização. Quando a máquina é ligada, o Dr.Pretorius surge como uma das criaturas "do além" que, aos poucos, seduzem os envolvidos a usarem mais vezes, desenvolvendo a glândula pineal e fundindo os dois mundos.
Com cenas bizarras, envolvendo sexo e nojeira, "Do Além" é repleto de momentos clássicos e que tornam obrigatórias várias conferidas. A cada nova experiência, o filme adquire um outro tom, como se a tal glândula do espectador também fosse ativada, permitindo uma nova avaliação. Destaco a cena em que Tillinghast arranca o olho da doutora à dentada - algo que só fui conferir em todas as suas qualidades depois na versão uncut. Também há belo momento de transformação na versão completa!
Confesso não tê-lo visto na sessão "Cine Trash". Vi o filme em VHS mesmo, numa versão cortada, mas tão tanto como as produções do extinto programa. Hoje você encontra uma versão uncut para download com legendas (se preferir) em diversos sites na net - enquanto o filme continua o "do além" pelas distribuidoras brasileiras.
Clique aqui para conferir um artigo do Felipe M.Guerra sobre o filme.
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Um dos filmes mais marcantes do "Cine Trash" foi, sem dúvida, "Shakma: A Fúria Assassina", aquela produção envolvendo um babuíno assassino solto num prédio de pesquisas, atacando um grupo de jogadores de RPG. Como eu costumava gravar os filmes da sessão, pois morava com minha avò e não podia ver nada de terror na presença dela, lembro muito bem da primeira cena em que tive contato com o longa: sob o ponto de vista da criatura, vemos sua boca sangrando e uma jovem desesperada ao fundo.
E havia um outro motivo pelo qual tive interesse em conferir essa pérola: RPG. Nessa época, eu fazia parte de um grupo de amigos que marcava reuniões para essa brincadeira live-action. Jogávamos "Gurps" dos mais variados gêneros, cada vez na casa de um colega, criando personagens bizarros em aventuras divertidas. Por desavenças, acabei me afastando da brincadeira, mas resgatei o espírito quando trabalhei como "mestre" do jogo "Hero Quest", na "Brinquedos Estrela".
"Shakma" ainda possui outros méritos que melhoram a sua avaliação e o afastam do rótulo "trash". O sempre bom e carismático Roddy McDowel está lá, numa participação especial como "mestre" do grupo que tem o destino de salvar uma princesa, resolvendo pequenos desafios e enigmas. Aliás, curiosamente, esse filme também inspirou o desenvolvimento da brincadeira que criei para o "Agita Galera" na escola em que leciono: "Caça ao Tesouro" (os alunos vão de sala em sala, resolvendo charadas, coletando pistas, para chegar a um ponto X, num mapa).
Filmes com animais raivosos têm aos montes. "Shakma" se diferencia pela produção acertada, pela história interessante, e, principalmente, pela capacidade de nos convencer da presença de um babuíno feroz Babuínos já não costumam ser animais dóceis, imagine então como se comportaria uma criatura que tivesse sido operada para desestimular sua raiva, mas teve o resultado inverso?
Facilmente encontrado para download na internet (e até legendado), vale a pena revê-lo em seu formato integral, sem a mutilação sofrida na exibição pela Band. Trata-se de um filme divertido e bem feitinho, melhor do que muita tranqueira que foi feita depois.
Clique aqui para ler o artigo de Felipe M.Guerra sobre o filme.
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Como já foi dito antes, é comum seriados longos apresentarem episódios que não são relacionados diretamente com o tema principal da temporada. "Buffy", "Angel", "Arquivo X" e muitas outras produções faziam isso com frequência - e isso nunca incomodou os fãs que apenas se importavam em ver seus "heróis" em ação. No entanto, esses episódios eram intercalados por outros mais relevantes, mantendo a atenção do público sempre em alta. Com "Supernatural" não foi diferente. Todas as temporadas tiveram esses episódios que podiam ser descartados ou vistos fora de ordem - principalmente a primeira, quando a série ainda não tinha rumo -, sem deixar de apresentar histórias interessantes e divertidas. O problema é quando o fã amadurece, a temporada começa quente, surge um período de férias, e a série volta morna, esquivando-se de tudo o que foi mostrado antes, dando pinceladas apenas no tema recorrente.

A partir dessa introdução e desabafo, fica fácil entender o que quero dizer: paciência de fã tem limite! Depois de dez episódios agitados, envolvendo anjos e demônios, quebras de selos que podem trazer Lúcifer, e algumas importantes revelações sobre o passado triste de Dean, "Supernatural" simplesmente voltou sem graça, com episódios apenas divertidos, mas "esquecíveis", que poderiam ser exibidos em qualquer temporada já que não afetam os acontecimentos principais. Veja bem: depois do décimo episódio, descobrimos que Dean foi cruel no inferno, quer pagar pelos erros, está preocupado com o irmão e nunca foi um bom aluno na escola; que Sam ainda usa seus poderes de exorcismo, não quer envelhecer nessa vida de caçador e mantém contato com a Ruby...Isso foi mostrado em quatro episódios!! Notem que as informações nem são assim tão relevantes à ascensão do demônio, à caça de Lilith, o fim do mundo, a revolta dos anjos...

O episódio "Sex and Violence" começa fazendo jus à segunda palavra: um homem chega em casa depois do trabalho, fica irritado com o convite para uma festa e mata sua amada esposa com uma paulada, num estado de fúria incontrolável. Depois dos créditos, Dean acorda e nota que seu irmão mantém uma conversa secreta com alguma pessoa desconhecida pelo telefone (seria a Ruby?). Na cena seguinte, disfarçados de advogados, eles conversam com o marido assassino, Sr.Benson, que, consciente de seus atos, está disposto a pagar pelo crime. Com o rapaz, os irmãos descobrem que ele havia conhecido uma tal de Jasmine numa boate e estaria encantado pela garota.

Sam conhece a bela doutora Roberts, que conta a respeito de uma toxina presente no sangue do assassino, uma tal de Oxytocin - comum na infância e nas relações sexuais. Para Dean só importa o fato de poder investigar um clube de strippers, seu maior sonho! Enquanto tentam investigar uma possível possessão demoníaca, o velho Bobby (de volta à série) diz se tratar de um ataque de "Sereia" ou "Ninfa", uma criatura que encanta suas vítimas, fazendo-as cometer assassinatos por amor. E o pior: ela assume formas diversas a cada ataque, dificultando uma fácil identificação.

Na busca pela tal criatura, Sam e Dean conhecem o agente do FBI Monroe. O modo que o agente usa para verificar a veracidade da identidade usada pelos Winchesters, telefonando para a central e conversando com um Bobby cheio de telefones é hilária.

Assim, os irmãos partem para lados distintos para investigar os feitiços da criatura, sem saber que um dos dois já está em encantado e sofrendo os efeitos de sua maldição, podendo, inclusive, colocar um contra o outro.

"Sex and Violence" não é um episódio ruim. Aliás, é bem divertido, tem bons momentos de ação e tensão, característicos da série. Porém, é descartável. Dias depois de sua exibição é provável que você até esqueça os principais detalhes e informações do episódio, sendo obrigado a conferir uma segunda vez para poder escrever a respeito. Muito pouco para uma série marcante como "Supernatural".

Trilogia Boogeyman

Quando os pais não querem que a criança ande sozinha, demore para dormir ou entre em cômodos perigosos da casa, eles costumam dizer que o "bicho-papão" habita o lugar. Essa criatura assume diversas formas - dependendo da cultura do país e da criatividade da família - e nomes ("o homem-do-saco", "rato-do-nariz-vermelho", "boi-da-cara-preta"), mas sempre esteve presente nos pesadelos infantis, desenvolvendo traumas que poderão seguir os pequenos até a fase adulta.

Nunca tive problema com filmes de terror exatamente porque meus pais nunca me impediram de ver produções do gênero e evitaram ao máximo desenvolver essas lendas bizarras. Mas, muitas pessoas que hoje temem assistir "O Exorcista" e "Evil Dead" dizem que a aversão ao estilo se deve ao medo criado na infância pelos pais que insistem em utilizar essas criaturas para "ensinar" seus filhos.

Em 2004, o mestre Sam Raimi e seu parceiro Robert G. Tapert criaram uma produtora especializada em lançar filmes de terror, a conhecida "Ghost House Pictures". Começou com o remake do oriental "The Grudge" e depois mais 18 produções nasceram dessa empresa. Filmes como "Os Mensageiros", "30 Dias de Noite", "Rise" e até o remake de "The Evil Dead" estão entre as obras desenvolvidas dessa parceria.

O segundo filme da produtora foi "O Pesadelo" (Boogeyman), lançado em 2005, com a promessa de resgatar o medo primitivo do ser humano pelas criaturas que moram na escuridão. Partindo de uma idéia pouco original ("Habitantes da Escuridão", "Medo do Escuro", "No Cair da Noite", "A Hora do Pesadelo"), o filme trazia o ator Barry Watson ("Tentação Fatal") interpretando Tim Jensen, um jovem que, depois de testemunhar o sumiço misterioso do pai, teve que voltar a enfrentar seu medo do "bicho-papão", com o falecimento da mãe, quinze anos depois. Ele resolve ficar na casa dos pais - em estilo gótico, com aspecto assustador -, com a intenção de enfrentar e vencer seu medo, além de descobrir o que realmente aconteceu com sua família. O filme até mantém um certo interesse enquanto a criatura não aparece, quando trabalha apenas com a sugestão, com o terror psicológico. Depois, quando tem início uma bagunça envolvendo passagens para outras dimensões, e o tal "bicho-papão" surge como um monstrinho digital que não convence ninguém, o longa acaba se transformando numa bomba gigantesca, que faz jus ao título adquirido de "pior filme terror de 2005". Curiosamente, o roteiro pertence a Eric Kripke, que atualmente escreve para a série "Supernatural".

Mesmo com o lançamento desastroso nos cinemas, a "Ghost House Pictures" anunciou duas sequências diretas-para-o-vídeo. A primeira, "O Pesadelo 2" (Boogeyman 2), lançada em 2007, deixou os fas do gênero com um pé atrás, já imaginando o quanto ruim poderia ser um filme que é continuação de uma produção terrivelmente horrorosa. No entanto, para surpresa da massa, o filme não só é "assistível" como consegue até, de uma certa forma, consertar os erros do longa original.

Ambientado num hospital psiquiátrico, o filme tem como protagonista Laura Porter (Danielle Savre), que teve o mesmo trauma do personagem do filme anterior, mas resolveu buscar ajuda com o Dr. Mitchell Allen (Tobin Bell) e participar de seus métodos bizarros para enfrentar seu maior medo. No entanto, no melhor estilo "A Hora do Pesadelo 3: Guerreiros dos Sonhos", alguém ou alguma coisa resolveu diminuir o elenco através de mortes violentas, que refazem os seus piores pesadelos. Apesar de termos Tobin Bell e algumas mortes que lembram "Jogos Mortais", "Boogeyman 2" torna-se interessante quando estabelece uma conexão direta com o primeiro filme, e relembra os bons slashers de antigamente. E as atuações são bem mais convincentes neste aqui, tem cenas de nudez e sangue escorrendo pelas paredes da instituição. Ainda que tenha suas falhas (a morte dos pais da jovem não é bem explicada), vale uma curiosa conferida.

Em 2008, a segunda continuação foi lançada em DVD nos EUA. Assim como o filme anterior, "Boogeyman 3" teve um roteiro de Brian Sieve, que mais uma vez acertou a mão ao desenvolver uma história totalmente conectada com os eventos anteriores, sangrenta e bem interessante. Desta vez, temos a bela Erin Cahill como a protagonista Sarah, uma jovem radialista da faculdade que presencia a morte da amiga Jennifer, aparentemente vítima de suicídio. Na verdade, a garota já reclamava há algum tempo que estava sendo perseguida pelo "boogeyman", mas Laura só pode comprovar os fatos quando viu a amiga sendo enforcada pela criatura em seu quarto. Aos poucos a cética passa a perder o controle quando novos sustos a perseguem e novas vítimas começam a surgir, confirmando os relatos do diário do Dr. Mitchell Allen sobre a existência desse terrível mal.

Se no anterior, Brian Sieve lembrava o terceiro filme da franquia "A Hora do Pesadelo", neste aqui as influências vieram de uma produção mais recente: "Freddy Vs Jason". No crossover, Freddy precisava fazer as pessoas acreditarem em sua existência para surgir nos pesadelos dos jovens; neste aqui, a criatura se alimenta de sua crença - quanto mais pessoas acreditarem que ela existe, mais forte ela se torna.

O problema de "Boogeyman 3" é notado na dificuldade que o roteirista teve em terminar a história. Sem revelar detalhes que possam estragar a surpresa, posso dizer apenas que o filme terminou três vezes, exatamente porque o autor queria deixar um gancho para uma continuação. Se terminasse duas cenas atrás, o filme teria um conceito melhor e fecharia de forma positiva a trilogia. Ainda assim, é um bom filme, sem surpresas, um entretenimento ideal para aqueles que buscam uma produção divertida e sangrenta no gênero.


Aqueles que dizem que a escola é o alicerce da nossa evolução estão plenamente corretos. É nessa época que formamos nosso caráter, decimos que caminho seguiremos, que profissão exerceremos, que postura teremos...Como professor, sei ainda mais o quanto ela é indispensável para nosso crescimento, mas também tenho plena convicção de que o ambiente escolar pode também ser bastante cruel. A passagem pela vida escolar pode se tornar um martírio se não aprendermos a sobreviver a ela, se não conseguirmos nos tornar os donos das nossas atitudes, conseguindo vencer os preconceitos, os valentões, os apelidos improváveis...


Na minha época, também sofri com alunos briguentos, apanhei muito e até fiquei afastado durante um semestre inteiro devido a confusões por bobagens sem sentido. Por esse motivo, tento ser um professor justo, sem diferir os alunos, sem catalogá-los, esforçando ao máximo para entendê-los. Nem sempre consigo.


O episódio 13 da quarta temporada já me conquistou pelo título "After School Special". Sabendo que teria um retorno ao passado escolar dos Winchester, assisti com bastante ânimo e interesse, deixando de lado furos inevitáveis e até a fuga do tema principal da temporada. Depois de duramente ofendida por outras alunas, uma jovem se senta próxima a outra excluída na hora da refeição e a ofende de forma ainda mais agressiva. Pouco tempo depois, a aluna ofendida irá se vingar mortalmente da jovem mal-educada - mais um caso misterioso que irá atrair a atenção dos irmãos heróis, resgatando uma passagem rápida que tiveram nessa escola.


Vemos então Dean e Sam adolescentes. O ator que interpreta Dean é impressionantemente parecido com o Jensen; também é preciso elogiar o jovem Sam, que já havia aparecido no episódio de Natal, "A Very Supernatural Christmas". Além de idênticos aos protagonistas, é difícil não notar os trejeitos adquiridos pelos meninos - ainda que o diretor insinue desnecessariamente um movimento nos cabelos do pequeno Sam para as pessoas entenderem a relação. Os jovens se matriculam na escola, cada um seguindo o seu estilo: Dean não gosta de estudar, não leva material à escola, só se preocupa em paquerar garotas, mesmo que esteja ferindo o sentimento delas; já Sam é esforçado, escreve boas redações e já demonstra uma certa vocação para fazer o bem, enfrentando um certo menino valentão para defender outro.

Quando a história retorna para o presente, Sam arrumou um emprego na limpeza e, sabe Deus como, Dean conseguiu se infiltrar na escola como professor substituto de Educação Física. Vestindo um uniforme muito engraçado, ele não pensa duas vezes quando o assunto é castigar as crianças com voltas pela quadra ou atrapalhando os jogos dos meninos. Ele até diz para Sam que descobriu que uma das torcedoras tinha mais de 18, já deixando entender que ele já havia se interessado por uma delas.

Na investigação, Sam e Dean descobrem que há um espírito vingativo rondando a escola e se vingando dos alunos que são ofendidos. Coincidentemente, as probabilidades levam a questionar a morte de dois jovens que fizeram parte da infãncia de Sam: o valentão Dick e o nerd Barry Cook. Qual aluno poderia estar agindo na escola contra os demais?

Em contraparte, Sam reencontra um professor que havia dado a ele um conselho quando criança o que caminho que deveria seguir na vida, um daqueles que costumamos dar a nossos alunos, com a esperança que eles possam ter algum significado. A resposta deixa evidente o quanto o rapaz não anda muito contente com a profissão que herdara de seu pai.

Acompanhar um episódio com uma temática tão próxima ao meu universo não poderia ter outra avaliação que não 10. Um dos melhores episódios de "Supernatural".


Sempre fui fascinado por mágicas. Como toda eterna criança, cresci encantado por aquelas pessoas que faziam cartas aparecerem das maneiras mais inusitadas, moedas surgirem em nossos bolsos e até pombinhas e coelhos escaparem de cartolas e panos discretos. Quando crescemos e descobrimos o significado da palavra "truque", o encantamento começa a desaparecer aos poucos. Hoje, vemos mágica com um olhar mais crítico, buscando alguma falha ou algo que prove que tudo aquilo é apenas uma brincadeira. Mas, ainda assim, é difícil não se impressionar com um truque bem feito. Quanto mais ousado e perigoso, mais interessante fica.

O episódio que foi ar dia 22 de janeiro trabalhou de forma belíssima esse tema, ainda que não tenha apresentado muitas novidades para a temporada. "Criss Angel is a Douche Bag" apresenta um trio de mágicos que está na linha tênue entre a desistência e a inovação de seu trabalho. Durante mais um show de mágica, um número considerado mortal é apresentado por Jay Dexter (o experiente Barry Bostwick. O episódio ainda contaria com outros veteranos - Richard Libertini e John Rubinstein): deitado numa mesa, o mágico deve conseguir escapar das correntes antes que um painel de lanças caia sobre ele em 60 segundos. A mágica aparentemente falha, mas Jay sai vivo como se fizesse parte do número, enquanto, próximo dali, um mágico acabava de morrer com estranhas perfurações no corpo. Essa capacidade de transferir a morte para outro mágico iria acontecer outras vezes, obrigando os irmãos Winchester a impedir que novas vítimas apareçam - mas, quem estaria por trás dessa mágica?

Nesse interim de investigação e confronto, Sam reencontra Ruby, que volta a exigir que o rapaz explore novamente seus poderes de exorcismo contra os demônios. Será que Sam está preparado para voltar a enfrentar o verdadeiro vilão da temporada ou prefere enfrentar o mal por toda a vida? Esses questionamentos surgirão sutilmente durante o episódio, e o rapaz terá a resposta com a solução do mistério. Curiosamente, nenhum dos heróis terá papel fundamental no confronto com o mal do episódio.

Um bom episódio. Sem grandes novidades, mas ainda assim interessante. O destaque fica para o encontro de Dean com um tal de "chefe" - como ele escapou daquela situação constrangedora? A atuação bem-humorada de Jensen continua sendo a carta na manga dos realizadores da série "Supernatural". Mas, é preciso voltar à trama principal...

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