"Strange Girls" tinha tudo para ser o melhor filme do Festival Internacional de Cinema Fantástico: duas ótimas atrizes e um argumento que perturba uma leitura prévia. Quando você imagina duas garotas idênticas se movimentando em sincronia e desafiando seus médicos (sempre substituídos devido a assassinatos, suicídio...) sem dizer uma única palavra, logo vem a mente uma produção sombria que dificilmente sairia da mente do espectador. Ora, imagina como seria interessante essas jovens talentosas orquestrando seus gestos, com seu olhar triste e linguagem de reflexo invertido, enquanto eliminam as pessoas que tentam separá-las...

Tendo essa expectativa, não é de se estranhar a decepção sentida no momento em que as garotas se afastam de outras pessoas e passam a se comunicar normalmente, rindo, se divertindo, dando um banho de água fria em tudo o que você imaginava. Logo, o público chega à conclusão que o problema delas é uma psicose em parceria; na verdade, as jovens são muito espertas, vivem num universo só delas, fechado à visitas.

As garotas são estranhas, mas não tanto quanto o filme de Rona Mark. Numa linguagem arrastada e previsível, o longa segue a vida comum das gêmeas em suas tentativas de iniciação sexual, enquanto se unem para matar as pessoas que a incomodam, seja a moradora do andar de cima, as vizinhas irritantes ou o rapaz que as menospreza.

Ainda que os defensores da obra apontem para uma linguagem alternativa ou tentem ver o filme como uma comédia de humor negro, não conseguem negar os inúmeros erros do roteiro da produção, sendo que alguns chegam a incomodar pelo absurdo de sua tentativa de convencimento. Por exemplo, se as garotas não falam com ninguém - nunca - como elas aprenderam a dirigir (como tiraram carta?), como descobriram o endereço da médica, como conseguiram fugir do local onde estavam, como conseguem esconder os corpos por tanto tempo, como fazem compras (quando precisa pedir o produto?)...e a lista não tem fim. Através de bilhetes, certo? Elas adoram escrever. Então imagine uma aula de direção em que as garotas apenas escrevem para fazer suas perguntas sobre para onde devem ir...

Além disso, as meninas somem, mas o hospital só percebe isso quando o vigia (isso mesmo) resolve investigar por conta própria e descobre que as pacientes não assinaram o livro de entrada e saída (!!!). E não é preciso dizer o absurdo dele desconfiar do envolvimento delas com um crime, através de um bilhete que nem sequer traz evidências disso. E a cena que ele invade a casa delas é de um suspense ralo, quase um frio na ponta da orelha.

Por outro lado, é impossível não notar o talento das atrizes Angela Berliner e Jordana Berliner. Ambas convencem em seu drama de convivência forçada, como se fossem xipógafas, mantendo a diferença no olhar, no modo como enxergam o pretendente e a coragem de ver alguém morrer, porém com a sintonia na arte de matar suas vítimas sem dó. As cenas de violência não são extremas, porém são carregadas de sadismo. E a ideia de fazê-las se encantar com a técnica de trepanação é de uma sutileza cruel...

Com um final previsível, porém com uma cena final assustadora, "Strange Girls" é a maior decepção do Festival, mas ainda assim merece uma conferida, mesmo que seja para visitar as irmãs assassinas e sair com um gosto amargo de "poderia ter sido melhor".


Se Simon Pegg e Edgar Wright resolvessem fazer um filme de vampiros, ele seria "Matadores de Vampiras Lésbicas". Bom, pode ser um exagero comparar o brilhante "Shaun of the Dead" com o longa de Phil Claydon, embora os elementos em comum estejam presentes: o refinado humor inglês que satiriza relacionamento instáveis, os personagens bobocas com seus diálogos agressivos e, ao mesmo tempo, ingênuos; e a sátira ao gênero terror remetendo a produções clássicas do estilo.

Desde os primeiros minutos, o filme já mostra o seu tom hiperbólico ao narrar um fato ocorrido há séculos, fazendo uso de cenários digitais no estilo "Sin City" e "300", com exageros que mergulham a produção num estilo cartoon (e não são gratuitos, já que a edição faz o corte de cena como uma revista em quadrinhos, em muitos momentos). Tudo isso para dizer que Carmilla, a Rainha dos Vampiros, transformou a amada de um cavaleiro da Cruzada em uma vampira lésbica, forçando-o a realizar um ritual e depois enfrentar a vampira com uma espada especial - mas, não antes da garota lançar uma maldição, envolvendo os descendentes do herói. Séculos mais tarde, somos apresentados a dois rapazes perdedores: o gordinho Fletch (James Corden) - que acabara de ser mandado embora de seu emprego como palhaço animador de festa porque agrediu uma criança - e Jimmy (Mathew Horne) - que levara mais um fora de sua namorada.

Ambos (emprestados da série da BBC "Gavin And Stacey") fazem o estilo "Shaun of the Dead" misturado com "Porkys": Fletch é um perdedor que só pensa em sexo; Jimmy é um perdedor que só pensa na namorada. Depois de seus infortúnios da vida pessoal, a dupla resolve fazer uma viagem para esquecer os problemas e, na sorte, acaba sendo levada a uma cidadezinha rural chamada Cragwich. Numa referência a "Um Lobisomem Americano em Londres", os rapazes chegam a um pub num local isolado e são encantados por quatro belas jovens numa kombi (a cena em que as jovens entram no veículo em slow motion é hilária), antes de seres convidados a passar a noite num hotel da região.

As garotas européias, com seus shortinhos e blusas decotadas, atiçam os hormônios de Fletch, que ignora as lendas locais e resolve encarar a possibilidade de uma noite de orgias. No entanto, as jovens são aos poucos "lesbianizadas" e "vampirizadas" por uma vampira local que pretende trazer de volta a rainha Carmilla (que depois voltará com um visual que remete "A Noiva de Frankenstein").

Engana-se quem pensa que "Matadores de Vampiras Lésbicas" terá um festival de corpos à mostra ou cenas de sexo. Apesar de seus protagonistas serem safados (mais o Fletch do que Jimmy), e as piadas envolverem sexo e drogas, o filme não apela para cenas assim: há muitas mulheres bonitas, claro, mas poucas tiram à roupa para a infelicidade dos tarados. Na verdade, o filme é uma homenagem a Hammer, principalmente à trilogia Karnstein, com seu horror sedutor, sem chegar ao extremo da referência.

Repleto de gags e diálogos divertidos ("deve ser uma ironia do inferno encontrar vampiras lésbicas. Imagino que também encontraria um lobisomem gay") como o estranhamento quanto à morte das vampiras ("só isso? Sem explosão, sem virar pó?"), o olhar de Fletch ao seios de uma das garotas no meio de sua fala e, obviamente, a cena em o padre diz ser o único que sabe matar vampiros ("todo mundo sabe! Estacas, degola, alho, luz do sol...Está nos livros, revistas e filmes!"), "Matadores de Vampiras Lésbicas" é uma ótima pedida para os fãs do humor inglês de "Monty Python" e para aqueles que não gostam de sátiras apelativas (como "Todo Mundo em Pânico"), nem bobas (como "Os Espartalhões"), com toques de horror.


Como todo cientista maluco que volta-e-meia aparece nos filmes de terror, o professor Schneider ((Philippe Nahon) acredita que há grandes chances de que o homem pré-histórico possa ter sobrevivido à evolução humana (!!!). Assim, quando fica sabendo de alguns fósseis recentes encontrados nos Alpes Suiços, ele trata logo de convencer seu assistente e uma ex-companheira do jovem para uma expedição ao local. No caminho, cruzam com uma família de três pessoas a passeio em uma minivan, até que o carro sofre um gravissímo acidente na estrada, com o veículo sendo arremessado para o interior de uma mata fechada.

Diante de um ambiente desconhecido, enquanto tentam resistir aos ferimentos da queda e a alguns obstáculos pelo caminho, o grupo descobre uma estranha raça de seres pré-históricos, longe de serem amigáveis. Inicia-se, então, uma caçada pela selva, com o grupo tentando fugir dos seres e procurando um abrigo, sem saber as reais intenções seus inimigos.

Essa é a base da história dos diretores Jacques-Olivier Molon e Pierre-Olivier Thevenin, que desenvolveram uma espécie de "Elo Perdido" sem os dinossauros. Os absurdos dessa aventura na selva já começam com a atuação teatral do professor Schneider, o acidente de carro exagerado em CGI, culminando numa batalha surreal entre as duas raças, numa tentativa de questionar os verdadeiros vilões dessa história. Tudo é malfeito: a maquiagem "Bela e a Fera", a explosão, os diálogos ruins entre os personagens ("você vai ver a extinção de uma espécie.")...

Para piorar a avaliação, os furos são grandes: o assistente do professor machuca o joelho nas primeiras cenas do filme, e o médico diz que ele terá que repousar e operá-lo. Ainda assim, o professor insiste em chamá-lo para a empreitada, mesmo sabendo dos riscos em ter que transportar alguém ferido. No meio do filme, o rapaz já está correndo como se estivesse numa maratona, ignorando esse detalhe do joelho que simplesmente não serve para nada no roteiro.

"Humanos" poderia ter sido bem melhor se os homens-da-caverna aparecessem menos, fossem mais implícitos à trama, e suas intenções não fossem tão bisonhas, principalmente com o roteiro tentando mostrar ao longo de sua projeção que algo assim poderia realmente existir, numa dessas reservas florestais. Uma triste constatação de que a evolução da espécie é algo que não aconteceu com os realizadores desse filme.

Segunda-feira, dia normal de trabalho, com a cidade de São Paulo ainda mais agitada com a ressaca do fim-de-semana. Logo, um dia ideal para pegar um cineminha, ou melhor ainda, uma sessão dupla com filmes de terror com zumbis no Festival Internacional de Cinema Fantástico de São Paulo.

Fui para o Reserva com a expectativa em alta, animado com as produções que veria pela frente. Cheguei cedo, não consegui contato com outros críticos, e entrei na sala para conferir "Yoroi", uma produção oriental com zumbis samurais - ideal para uma segunda, não? Apesar dos exageros em utilizar cabeças como vulcões de sangue e a atuação caricata dos personagens, trata-se de uma produção divertida, perfeita para ver com os amigos, comendo pipoca, uma cervejinha. (depois eu escrevo uma análise mais detalhada)

Depois do filme, nem tive tempo para ir ao banheiro e já estava na sala seguinte acompanhando o apocalíptico "Os Descendentes". Primeiramente, foi exibido um interessante curta nacional chamado "Bichos", sobre um garoto que gosta de criar todo tipo de animal, mesmo que sejam desconhecidos e hostis.

Realmente, "Os Descendentes" é a maior bomba do Festival até o momento. Destoa de tudo o que foi mostrado até então, apesar de possuir uma bela fotografia propositadamente em estilo de desenho de criança - correta para a proposta do longa. No entanto, as atuações capengas, o inglês chileno e a montagem redundante estragam a diversão de quem espera um filme mais agitado para esquentar uma segunda-feira fria.

Amanhã, o Festival continua. Mas, só comparecerei na quarta.


Devido a problemas de comportamento que o conduziram a inúmeras sessões de terapia, o adolescente Ariel Lambert foi obrigado a se afastar das pessoas e passar um tempo num local ermo, numa casa de campo em Villa Mar, com sua mãe e irmã, numa tentativa de impedi-lo de arrumar confusões. Mas, o jovem se envolve com uma garota compromissada e acaba irritando o namorado dela e seus amigos marginais. Se isso já fosse o suficiente para trazer complicações, ele ainda acaba testemunhando o desaparecimento de algumas crianças numa moradia próxima, e resolve investigar por conta própria, mesmo sabendo que ninguém acreditará nele e o perigo poderá ficar cada vez mais próximo.

"O Visitante de Inverno" é um slasher argentino bem produzido que, apesar de não ser original, é carregado de tensão do início ao fim. Assim como o protagonista Ariel, que está sempre com aquelas "bombinhas de asmático", o expectador também se sente ofegante em alguns momentos mais tensos, quando o perigo ronda os personagens. Numa cena em especial, quando o jovem se esconde na lareira e observa um mini-cadáver, o público prende a respiração junto com ele, torcendo para que o vilão não escute seus sons agudos causados pela falta de ar.

O que não torna a película (ora, é argentino) perfeita é exatamente o fato dela remeter a outras produções do gênero como "Janela Indiscreta", de Hitchcock, nas cenas em que Ariel observa o vizinho com sua luneta, e até "Halloween", quando o inimigo invade um hospital aparentemente abandonado. E também há cenas clichês envolvendo aqueles famosos recursos do gênero em fazer o mal resolver um problema do herói; as "plantas" (objetos e situações introduzidas com o propósito de serem usados mais tarde) como a "câmera de vídeo", o isqueiro do vilão, o sono pesado da mãe..

Além disso, o filme do diretor Sergio Esquenazi até possui bons efeitos especiais, envolvendo algumas mortes violentas, degola e mutilação, mas peca numa certa explosão que ocorre no último ato e que acaba levando o público a risadas. Por outro lado, o diretor acerta ao manter o rosto do assassino envolto em sombras durante o longa inteiro, mantendo um ar de mistério quanto a sanidade do jovem e seu possível delírio.

Um divertido passatempo, com cenas de suspense e um assassino que você adoraria vê-lo mais vezes. Mesmo se fosse em outro inverno...

Para hoje, pretendo ver:

17h30: Yoroi: Zumbi Samurai
19h: Os Descendentes ou 19h30: O Proprietário (depende do horário da primeira sessão). Ambos foram pessimamente recomendados, mas preciso ver o primeiro de qualquer jeito; quanto ao segundo, só verei se não der tempo de ver Os Descendentes.

[SP Terror] Dia 28/06

Missão parcialmente cumprida. Pretendia assistir três filmes, mas o cansaço e a obrigação de ter que acordar cedo no dia seguinte foram o convite para abandonar a sessão com o longa "Fim da Picada". E eu estava realmente interessado em vê-lo...
No primeiro passeio ao Reserva, Michael Jackson morreu. No segundo, a fábrica de papel da Vila Carioca Itavolt sofreu um incêndio gigantesco que assustou meus pais que moram ao lado. Confesso que fiquei preocupado com alguém possível incidente neste terceiro dia, mas felizmente nada aconteceu. O Brasil até estava perdendo de 2x0 para os EUA, porém conseguiu virar num jogo emocionante.
Mais uma vez no Reserva, conversei com outros críticos, revi o amigo Raphael Fernandes, e Renato Rosatti, que veio para o Festival querendo ver "Matadores de Vampiras Lésbicas", mas teve que se contentar com "O Proprietário", que ele julgou como bizarro e esquisito. Depois, conferiu o chatinho "Strange Girls" e foi para casa decepcionado com as escolhas feitas.
Amanhã tem mais uma maratona. Vamos ver as opções serão melhores...

Missão de hoje:

17 horas: Matadores de Vampiras Lésbicas
19:30: Strange Girls
21h30: Fim da Picada

Se estiver no local, não hesite em dar um olá!

[SP Terror] Dia 27/06

Enquanto uma fábrica, localizada na rua de trás da casa dos meus pais era consumida por um incêndio de grandes proporções, lá estava eu mais uma vez no Metrô em direção ao Reserva Cultural.
Não pude comparecer na sexta-feira, primeiro dia do Festival, devido a alguns compromissos de trabalho, mas fiquei sabendo que foi um imenso sucesso. Hoje, também. Estava até calor dividir espaço com tanta gente nas filas e, mais tarde, na sala de cinema. E não é um público comum que frequenta as salas, parecem pessoas interessadas numa sessão de cinema alternativo - o que torna a experiência ainda mais gratificante, pois você não precisa se preocupar com moleques engraçadinhos que querem aparecer mais do que o filme. O público reage com risadas, sustos e alguns até arriscam um aplauso. E depois que termina a projeção, ninguém sai falando bobagens, ofendendo aqueles que gostaram...

Além disso, nas filas você ainda corre o risco de estar ao lado de críticos, diretores - como o Rodrigo Aragão, que me presenteou com o DVD do filme "Mangue Negro", Dennison Ramalho (que roteirizou "Encarnação do Demônio" e fez o ótimo curta "Amor só de Mãe"), técnico de efeitos especiais, cineastas e até os responsáveis pelo Boca do Inferno como eu e o Renato Rosatti. Inclusive, demos autógrafo para o simpático infernauta Rafael.
No entanto, o sucesso do evento também tem seus problemas. Você sai de uma sessão e já tem fila para a próxima. Como membro do Júri, não tive tempo de ir ao banheiro ou sequer comprar algo para comer, porque quando um filme terminava o outro já estava prestes a começar. Muitas pessoas também não conseguiram ingresso, pois eles esgotavam rapidamente - fica o alerta: se for vir para o Festival, chegue cedo.
Vi os filmes "Visitante de Inverno", "Deixe Ela Entrar" e "Humanos", além dos curtas "Mamá" (espanhol) e o engraçado "Zombeer" (holandês). Tentarei fazer comentários a respeito em páginas próprias no site.

Estarei hoje no Reserva Cultural para assistir:

17 horas: O Visitante de Inverno
19 horas: Deixe Ela Entrar
21 horas: Humanos

Quem quiser aparecer para bater um papo, estarei com o uniforme "Boca do Inferno"...


Devido ao excesso de compromissos - site, escola e Festival - não consegui separar um tempo para postar no blog. Ainda assim, opto pelo modo informal na esperança de tentar passar com mais emoção a experiência de fazer parte do Júri do SP Terror I - Festival Internacional de Cinema de São Paulo, que começou esta semana e deve continuar até a próxima quinta-feira.

Há aproximadamente um mês recebi um convite para compor a mesa de jurados do festival ao lado de outros nomes reconhecidos por suas especialidades e José Mojica Marins. A princípio, fiquei com um certo receio de aceitar, com medo de não conseguir comparecer às datas previstas para a exibição dos filmes selecionados, mas fui convencido e cativado pela oportunidade de ampliar meu currículo no gênero.

Primeiramente, participei da cabine de imprensa do bizarro "O Gigante do Japão" - que terá uma resenha no site -, tendo o primeiro contato com a sala de cinema do Reserva Cultural. Aproveitei a oportunidade também para projetar o caminho que farei de meu apartamento em São Bernardo ao Festival, na Avenida Paulista.


Chegou a quinta-feira, dia 25 de junho. Tudo indicava que aquele dia seria diferente na história - para mim, e para o mundo. Logo pela manhã, veio a notícia do falecimento da eterna Pantera Farrah Fawcett, devido a um câncer no reto. Trabalhei no site normalmente no período da tarde, já sentindo um frio na espinha característico de quem irá enfrentar uma grande responsabilidade.


No final da tarde, após a vitória do Brasil contra a África do Sul, rumei para a casa dos meus pais para deixar o carro, antes de ir para a estação do Metrô. Na internet, uma pequena notinha no Terra adiantava uma possível fatalidade: Michael Jackson havia tido uma parada cardíaca. Será verdade?

Fui para o Metrô. Vinte minutos depois, eu já estava na Avenida Paulista, chegando ao Reserva. Várias pessoas aguardavam a oportunidade de comprar ingresso e faziam uma certa bagunça na entrada, entrei à francesa. O combinado seria uma reunião com os membros do júri às 19h30, mas eu já aguardava há uns dez minutos além desse horário sem encontrar nenhuma referência do encontro.


De repente, uma jovem vendedora confirma a notícia e ainda traz a bombástica informação de que a parada cardíaca havia levado o famoso cantor pop à morte. Chocado pelo acontecido, nem tive tempo de reagir, quando fui abordado por uma jornalista que queria realizar uma entrevista comigo.

Infelizmente, também não tive oportunidade de iniciar minha carreira rumo ao Big Brother, pois o organizador do evento de abertura Vitor Meloni me chamou para a reunião. Primeiramente chegou Rita Gloria Curvo, que será júri da Competitiva Iberoamericana. Depois vieram os simpáticos Leopoldo Tauffenbach e Kapel Furman. Pouco depois, Christian Petermann e, por último, Dennison Ramalho. Sentamos num bar no estabelecimento e, entre conversas variadas, falamos sobre os procedimentos no júri.


Chegaram os infernautas Felipe M.Guerra e João Pires Neto (que foi barrado no baile, mas salvo por mim quando já começava a chorar); Leandro Caraça; Rodrigo Aragão; e, obviamente, José Mojica Marins, com sua filha Liz Vamp. Juntamos mesa, entrevistamos o Mestre, conversamos sobre terror, fizemos bons contatos...


Por volta das 22 horas, fomos para a sala de cinema conferir o pronunciamento de abertura, e o filme inaugural: "Halloween - O Início". Com a presença do amigo Raphael Fernandes, falamos algumas bobagens até a sessão se iniciar. Como já era tarde, só pude ver a abertura do filme, logo tive que me despedir e rumar para o Metrô, pois, no dia seguinte, teria que acordar às 6 horas para trabalhar.


Foi uma oportunidade única estar com pessoas interessantes na noite de quinta-feira. E é apenas o dia da abertura, há todo um festival pela frente, com filmes divertidos que vão esquentar a fria cidade de São Paulo.

Obs: em breve, colocarei mais vídeos do evento de abertura, inclusive a entrevista que fizemos com o Zé.










Está sozinho(a) neste Dia dos Namorados? Que tal realizar uma sessão de filmes de terror, assistindo ao clássico "Dia dos Namorados Macabro" (1981), o fraquinho "O Dia do Terror" ou simplesmente conferir um trailer referente a essa data especial?
A dica é o sangrento e divertido: Vampire Girl Vs Frankenstein Girl, de Yoshihiro Nishimura e Tak Sakaguchi. No enredo, uma adolescente vampira chamada Monami (Yukie Kawamura) tenta conquistar um rapaz de seu colégio, mas não encontra outro meio que não seja transformando-0 em vampiro via um artefato de chocolate do Dia dos Namorados (!!!). Quando a atual namorada do rapaz, Keiko (Eri Otoguro) tenta se vingar, ela é rapidamente exterminada pela poderosa Monami. O pai de Keiko, um cientista louco, decide trazê-la de volta, completando seu corpo com vários pedaços alheios para ajudá-la numa vingança contra a vampira que roubou seu namorado.






O diretor Eli Roth (O Albergue, Cabana do Inferno) está pensando seriamente na possibilidade de assumir o remake do clássico PAGUE PARA ENTRAR, REZE PARA SAIR, de Tobe Hooper, de 1981, conforme ele anuncia no site Bloody Disgusting.

"Estou conversando com a Universal sobre esse remake", Roth revela, "PAGUE PARA ENTRAR, REZE PARA SAIR é um filme cuja primeira metade é brilhante - eles construíram esses grandes personagens - e então eles não souberam usá-los. Você tem Marco, o mágico, serrando metade de sua filha, os irmãos que correram pelo parque e a ambientação da casa de diversões. E então é tudo sobre esses estranhos mutantes. Poderia ser sobre os garotos sendo mortos de horríveis maneiras, colocando-os em diferentes geringonças na casa de diversões e a garota final presa no carrinho, entrando nos túneis e confrontando as terríveis carcaças de seus amigos mortos. Um remake inteligente poderia ser bem divertido. Matar os garotos em maneiras fabulosas e reutilizar seus corpos num museu de aberrações, manteriam seus olhos fechados. Isso é o que eu gostaria de fazer num remake de PAGUE PARA ENTRAR, REZE PARA SAIR".

O clássico de 1968 deu vida não só aos mortos, mas também ao estilo de fazê-los como comedores de carne humana. Ainda que lentos e facilmente dominados, as criaturas conseguiam assustar o público, principalmente devido à atmosfera sombria da fotografia em preto&branco. Em 1990, Tom Savini surpreendeu a todos com o remake, aprovado por Romero em todos os sentidos, ao fazer novamente os mortos perseguirem a pobre Barbara.

Por incrível que pareça, afirmo sem medo de errar que esse remake é tão bom quanto o original!! E ainda mantenho os dois com a mesma avaliação, como se um fosse a extensão do outro. Savini ousou ao fazer uma protagonista corajosa, guerreira, contrariando a garota de 68, que transmitia o medo através de seu silêncio persistente. E ainda ousou mais ainda ao elevar os efeitos especiais numa potência ainda mais realista e ao ter o dom de fazer um final completamente diferente do original e manter a qualidade da produção.

"A Noite dos Mortos-Vivos", de 1990, pode entrar tranquilamente para o hall das clássicas produções envolvendo mortos-vivos. Se perde na criatividade, já que Romero idealizou o estilo, ganha no elenco e nos efeitos especiais. Se o anterior dominava com seu clima aterrorizante e constraste, a nova versão enchia a tela de vermelho-sangue.

Mas, o que essa produção fazia no "Cine Trash"? Ninguém sabe, mas duvido que alguém tenha reclamado de sua exibição constante, ainda que mutilada pela censura.

Postagens Anteriores:
Cine Trash #4: "A Ilha dos Homens-Peixe"


Típica aventura Sessão da Tarde, mas com elementos de horror, "A Ilha dos Homens-Peixe" foi exibido no "Cine Trash", mesmo a contragosto dos fãs do gênero. Naquela época, queríamos ver vampiros, demônios, zumbis, fantasmas....mas, "homens-peixe"? Como isso pode ser assustador?

Depois do anúncio macabro da sessão que estaria por vir, quando o filme ainda apresentava os náufragos sendo atacados em sua embarcação, muitos trocaram de canal (eu, inclusive), imaginando se tratar de mais uma produção de piratas e ilhas - não que isso seja ruim, mas no "Cine Trash"? Logo que você percebe que não há mais nada bom na TV, o jeito é retornar para a ilha e ver o que acontece! Mais tarde, está envolvido na história, impressionado com os efeitos de maquiagem (ora, o padrão da época era bem pior que isso) e se divertindo enquanto tenta descobrir como nosso herói escapará do laboratório do maligno Rackham, se conseguirá ficar com a mocinha e como enfrentar as criaturas que cercam a região e parecem apenas obedecer aos comandos da garota...

Arrependido por não ter dado o devido crédito, vendo novamente, percebo o quanto "A Ilha dos Homens-Peixe" é extremamente divertido e, sim, possui elementos de terror trash, típicos da série. A trama é essa mesma: um grupo de náufragos chega a uma ilha desconhecida, repleta de perigos e criaturas esquisitas, estranhando o casarão da região e os mistérios por trás de um cientista e um vilão que pretende resgatar preciosidades escondidas na famosa Atlântida (!!!) De que modo? Simples, transformando homens em peixes, e tentando forçá-los a buscar a fortuna submersa.

O elenco é rapidamente dizimado pelas criaturas e armadilhas do local, restando ao herói a missão de salvar o dia, a mocinha e fugir do local. Além dos efeitos convincentes para a época (apenas para a época), o longa é bem filmado e possui boas cenas de ação e algumas gotas de sangue, embora as mortes sejam discretas. Vale a pena conferir essa produção italiana que merecia um DVD caprichado no Brasil. Possui uma continuação inferior e bem obscura...

Postagens Anteriores:


O Clássico de 1981, "Fúria de Titãs", já tem seu remake, segundo a "Empire Magazine". A Warner Bros está por trás da refilmagem, e, inclusive, já divulgou a primeira imagem - que mostra Sam Worthington (Exterminador do Futuro: A Salvação) como Perseu.

No enredo original, Perseus, filho de Zeus, embarcava numa aventura para enfrentar a temível Medusa e o monstro Kraken, a fim de salvar a Princesa Andrômeda, sua noiva.

Depois do sucesso de Dia dos Namorados Macabro 3-D, a LionsGate decidiu produzir o remake em três dimensões de outro clássico dos anos 80: Feliz Aniversário para Mim!

O original contava a história de Virginia, uma jovem ansiosa pelo seu aniversário de 18 anos, mas, ao mesmo tempo, assustada com a série de mortes que vem ocorrendo com seus conhecidos. Será que é a própria jovem que está cometendo os atos violentos? Devido a um acidente de carro do passado, a garota tem pequenos lapsos de memória...logo, ela descobrirá a terrível história que está manchando seus convidados de sangue...

A LionsGate está trabalhando em duas sequências. A primeira se chamará THE HAUNTING IN NEW YORK e será baseado nos direitos de imagem do documentário "A Haunting: The Diabolical", que foi ao ar em 2006 no Discovery Channel. O documentário, segundo a ser exibido na temporada do canal, conta a história da filha de Marie, Julie, que sofre de uma condição mental que a mantém falando sozinha. Durante os três anos que em viveu em sua casa, Marie viu a garota conversando com pessoas que não podiam ser vistas, mas não ficou preocupada porque imaginou que fossem anjos do bem. Mas, quando o namorado de Marie veio pela primeira vez em sua casa, sentiu uma presença maligna no local. Fazendo uso de uma Tábua de Ouija, sem intenção, o casal acabou abrindo a moradia para algo demoníaco que está usando Julie como um portal. Um time de investigadores paranormais logo percebeu que o caso era sério e necessitava urgentemente de um exorcismo.

A segunda continuação será THE HAUNTING IN GEORGIA, a respeito de um garoto de quatro anos chamado Heidi e seus amigos imaginários Sr. Gordy e Con. Depois que Heidi fala sobre seus amigos, seus pais ficam preocupados: será que os novos amigos podem ser mais do que apenas imaginação? Quando a família começa a experimentar fenômenos terríveis - marcas profundas em seus corpos - ela percebe que a pouco a fazer para conseguir encerrar esse pesadelo.

Novas sequências de Ju-on (O Grito - versão original japonesa) foram anunciadas. Os 2 serão lançados no Japão no dia 27 de junho.

Ju-on: Shiroi Roujo, escrito e dirigido por Ryuta Miyake - Akina Minami interpreta Akane, que é uma garota que possui um sexto sentido e começa a ter visões de seu melhor amigo de infância morto recentemente em um assassinato/suicídio na família.

Ju-on: Kuroi Shojo, escrito e dirigido por Mari Asato - Ai Kago interpreta Yuko, que é uma enfermeira que cuida de uma jovem que possui um estranho cisto dentro de seu corpo. O cisto se mostra ser um bebê que não nasceu e começa a irradiar ódio a todos ao seu redor, deixando-os loucos.
Confira o trailer:








Postagens mais recentes Postagens mais antigas Página inicial