O centésimo episódio da série Supernatural tinha que ter alguma coisa especial como uma revelação, uma surpresa ou até mesmo a morte de um personagem efetivo. Pois, é exatamente isso que "Point of no Return" reserva aos seus fãs: um momento brilhante da temporada que só perde em impacto para o décimo e melhor episódio do seriado.

O Anjo Zachariah acaba de perder seu "emprego" como auxiliar na escolha de Dean como receptáculo de Miguel. Assim, na primeira cena, vemos o personagem "afogando suas mágoas" num bar com um outro rapaz que também fora mandado embora recentemente. O papo divertido termina com Zachariah sendo convocado para uma última oportunidade de conseguir seus ideais divinos.

Enquanto isso, o foragido Dean é encontrado por seu irmão e Castiel, que o levam à morada de Bobby para tentar convencê-lo a desistir de aceitar seu destino. Porém, Castiel percebe que algo estranho está acontecendo e desaparece numa missão secreta: os anjos trouxeram de volta à vida uma pessoa que pode ter uma grande influência na batalha final. Trata-se de Adam, o meio-irmão dos Winchester, que havia feito uma participação no episódio "Jump the Shark" até ser devorado vivo.

Por que trazê-lo de volta à vida? Parece que os anjos estariam desistindo de Dean e tentando um "plano B", fazendo com que Adam seja o receptáculo. Castiel leva o rapaz até o quartel-general da equipe, deixando Sam e Bobby numa situação complicada: evitar que alguém ali aceite a missão de enfrentar Lúcifer.

"Point of no Return" é recheado de batalhas entre anjos e momentos tensos como a convocação de Miguel para ocupar seu receptáculo. Todo o confronto tem seu ápice naquela velha sala dos hambúrgeres, com uma bela reviravolta e um final surpreendente, tendo em vista os ideais da temporada.

Daqui em diante, os episódios serão centrados na batalha final mesmo. E a série deve proporcionar grandes momentos para aqueles que a acompanham! Vai valer a pena esperar!


Quando o episódio "99 Problems" (mais uma referência musical, desta vez para Jay Z) tem início, Sam e Dean estão fugindo de um bando de demônios por uma estrada, até serem encurralados por uma barreira em chamas. Antes que possam ser mortos (e voltem novamente, já que o episódio anterior mostrou que a morte não existe para os irmãos), eles são salvos por um grupo de caçadores que se denominam "Milícia Luterana". Trata-se de um bando de religiosos de uma pequena comunidade local que se orienta pelas mensagens positivas do Pastor David Gideon (Larry Poindexter, da série "Blade", entre outras) e sua filha Leah (Kayla Mae Maloney), que parece ser capaz de conversar com anjos e prever o paradeiro de demônios.

Depois de enfrentar algumas criaturas a serviço da garota - mas ocasionar a morte acidental de um jovem - Sam e Dean começam a desconfiar que há algo errado nos preceitos desse povo, uma teoria comprovada pela ação rápida do embriagado Castiel, que diz que a jovem é na verdade a famosa Prostituta da Babilônia (hein?), uma poderosa criatura que ilude as pessoas com falsas profecias com o propósito de causar discórdia na população.

Como matar essa tal Prostituta se ela não é um demônio comum? Castiel apresenta um cajado especial (sem malícias) e diz que só pode ser feito por uma alma pura, o que exclui Sam, Dean e até mesmo Cas (por isso, ele apareceu bêbado). O resultado surpreende a todos, menos aos que acompanham a série e imaginam como ela terminará.

Depois do episódio esquisito da semana passada, temos aqui uma história interessante, com bons momentos de ação e tensão, com o foco mais uma vez no Apocalipse centrado em pequenas cidades. Castiel rouba o show com uma participação hilária; enquanto Leah esconde em sua aparência de anjo um monstro feioso, cujo rosto só é revelado diante do espelho.

No final, ainda resta um momento emocionante, quando Dean foge para encontrar sua amada Lisa Braeden para dizer a ela que terá tomar uma atitude definitiva, mas que ela saberá qual é pelos canais de TV e rádios.

Será que Dean finalmente aceitará ceder seu corpo para o Anjo Miguel?

Mensagem Gravada no Celular de Castiel: You have reached the voice mailbox of I don't understand... why does it want my name?


Não há nada pior numa série do que a imortalidade de seus personagens. Se você assiste ao seriado, mas tem certeza de que seus protagonistas nunca vão morrer, por que você se importaria com eles? Embora o recurso da ressurreição seja bem comum (vide Buffy, Angel e até 24 Horas), o seu uso exagerado pode até estragar o andamento de uma temporada.

No caso de Supernatural, vimos Sam sendo assassinado - obrigando Dean a fazer um pacto -, depois vimos o próprio Dean sendo carregado para o Inferno, além de um episódio especial em que este morre diversas vezes, graças a uma lição de moral do Anjo Zachariah. Ainda que tenham seus exageros, os motivos eram até justificáveis dentro do contexto em que ocorreram.

No início do episódio "Dark Side of the Moon", Sam e Dean são assassinados por caçadores e transportados para o Além. Esse passeio acontece através das lembranças dos momentos vividos pelos jovens: para Dean, o Céu se resumiria a momentos com o irmão ou com a mãe; já para Sam, sempre envolvem a solidão e a independência. A memória do pai é sempre ilustrada como algo desagradável na série, embora os rapazes tenham tentado mostrar o contrário nas outras temporadas.

Por meio de encontros com alguns personagens do passado, os irmãos fogem do temível Zacariah pelos ambientes sinistros, enquanto tentam encontrar um Anjo no Jardim, que seria apto a indicar o paradeiro de Deus. Embora a viagem beire a psicodelia, deixa a desejar essas realidades paralelas que dão ao espectador uma sensação de perda de tempo.

E a ideia de mantê-los como imortais - ainda questiono o porquê da obrigação de manter Sam vivo, se este é o receptáculo de Lúcifer - transmitiu uma sensação de que os irmãos não precisam mais temer o perigo já que sempre serão salvos.

Mesmo com a mensagem pessimista do final do episódio, "Dark Side of the Moon" nada mais é do que uma viagem em círculos. Vale a pena, mas não leva a lugar algum.


Quando Louis Creed resolveu enterrar seu filho num cemitério indígena com a esperança de vê-lo vivo novamente, a tendência é considerarmos esse ato insano e absurdo....porém, é facilmente compreendido quando perdemos alguém que realmente amamos. A simples possibilidade de rever essa pessoa querida seria capaz de fazer qualquer um buscar uma pata de macaco para a realização do mórbido desejo.

Dia 10 de abril de 2010, partiu para uma nova vida José Roberto Milici - mais do que um superpai, um grande professor, desenhista, jornalista, escritor, poeta....São tantas as boas recordações que tenho dele que me faltam palavras - não lágrimas - para expressar o que sinto.

Lembro do meu pai me levando correndo ao hospital com minha mão esquerda ensanguentada depois que perdi um pedaço do meu dedo na porta de casa, quando eu apenas um toquinho e queria que meu irmão não fosse à aula. Esse mesmo pai tiraria uma lasca de metal do meu peito, naquele dia que quebrávamos o quintal de nossa nova morada.

Ele também foi o responsável pela exibição do filme "Drácula", de 1979, na parede da casa da minha avó, fazendo com que eu me tornasse um fã de filmes de terror. Cresci admirando seu fascínio pela série "Além da Imaginação" e escritores como H.G.Wells, além de outras clássicas produções do gênero fantástico. Foram muitas as conversas sobre "De Volta para o Futuro", na saída do cinema, e a empolgação quanto à estreia de "Indianas Jones e a Última Cruzada".

Na Teodoro Sampaio, o senhor Miliumas comprou minha bateria oficial, incentivando minha falta de talento com os ritmos. E ainda seria capaz de filmar e estar presente nas minhas apresentações nas quermesses e eventos. Aliás, foi uma poesia dele, "Primavera", que deu vida à minha primeira banda: "Merlin".

Graças a ele que comecei a trabalhar na Brinquedo Estrelas, acordando cedo e partindo todas as manhãs para Guarulhos. Imagino quantas vezes ele teve que justificar meus erros na empresa, evitando uma demissão precoce. Perdi muitos passeios para o trabalhando cochilando no carro, enquanto eu podia ter conversado mais, aprendido mais...

Tentei segui-lo de todas as maneiras, mas nunca com o mesmo talento: fiz três anos de curso de desenho na Poliarte, chegando até a pintar quadros; estudei Letras e me tornei professor, buscando na curiosidade e simplicidade as metas de minhas aulas; escrevi poesias, contos, letras de músicas...mas, não adiantava. Ele foi o embatível Miliumas, sempre surpreendendo seus filhos com novidades: virou ator e roteirista, tendo a amizade de personalidades como a escritora de novelas Glória Perez, entre outras.

O Zé, como ele era conhecido, deixou de conhecer a Grécia, apesar de sabe-la mais do que qualquer pessoa, em prol dos estudos dos filhos. Quantas vezes deixou de fazer algo para nos buscar nas festas, nos trabalhos e eventos; para me ensinar as declinações do Latim ou a verter longos diálogos para o inglês; para desenhar histórias em quadrinhos divertidas...

Meu pai era aquele sujeito capaz de bater boca com vizinhos e rapazes agressivos da Vila Carioca para me defender. Ou talvez aquele que nem sequer levantou a mão para mim em qualquer época da minha vida, mesmo quando bati seu carro ou tive problemas na escola. Sofri quando repeti de ano pois ele simplesmente optou pelo silêncio ao invés de me dar bronca.

São muitas as recordações desse superherói, desse superpai...

Após 60 anos de brilho neste planeta, Deus optou por levar embora a minha estrela. Mas, sei que ela estará sempre iluminando o céu e cuidando de mim para que eu faça as melhores escolhas.

Por enquanto, fica o meu muito obrigado por tudo o que você fez por mim...

Papai, tenho muito orgulho de ser seu filho!

Te amo para sempre...


Dean: Ótimo! Outro Cavaleiro! Deve ser quinta-Feira!

Aquele sensacional filme de 1982 chamado "Cliente Morto Não Paga" (Dead Men Don´t Wear Plaid), de Carl Reiner, estrelado por Steven Martin, foi homenageado através título do episódio 15, que marca o retorno da série "Supernatural", após um longo hiato. Aliás, é lugar-comum da série homenagear nomes de filmes, álbuns e músicas famosas em seus títulos, ainda que um enredo não tenha relação alguma com a obra original.

Ignorando por completo os acontecimentos anteriores, onde Sam estava tentando se recuperar de mais uma crise de abstinência, o episódio trata de um assunto até então injustamente ignorado pelos realizadores da série: zumbis! Aquelas criaturas fantásticas - que Romero deu-lhes a capacidade de se alimentar de carne humana - precisavam aparecer na série, ainda que seja de uma forma, digamos, "Fido" de ser.

Na cidade natal do caçador Bobby Singer, os mortos estão saindo de seus túmulos para rever seus parentes. Após a morte de um morador causada por um homem já falecido há anos, Sam e Dean resolvem fazer uma visita ao local para tentar sanar o problema. No entanto, os cidadãos não querem que seja feito nada, pois seus familiares retornaram amigavelmente para seus respectivos lares, embora mantenham uma aparência de morto (pele acinzentada, olheiras profundas... Bruno Mattei fazendo escola..). Entre os mortos-vivos está Karen, a esposa de Bobby, que ele mesmo a matou depois que fora possuída por um demônio há anos. Curiosamente, ela havia sido cremada...como poderia ter saído de seu túmulo? Aqui entra também uma questão moral já tratada no episódio "Bloodlust", envolvendo os vampiros vegetarianos! Só por serem criaturas sobrenaturais, eles precisam ser eliminados?

A alegria em rever seus falecidos tem prazo de validade! Depois de um tempo, os mortos passarão a sentir uma fome sem controle e farão de tudo para comer a carne dos vivos. E isso inclue, é claro, Bobby! Algumas boas cenas serão reservadas para os ataques como o da velha senhora que pede a aproximação de Sam para um momento escatológico.

Uma vez eu questionei os efeitos do Apocalipse em cidades pequenas e desconhecidas. Aqui, a Morte (mais uma vez o Terceiro Cavaleiro) tem uma explicação meio fraquinha para seus atos: matar o inválido Bobby! Só isso? Precisava ressuscitar os mortos para matar uma única pessoa?

Zumbi Clay: Não acredito que você vai atirar em mim!
Dean: Você é um zumbi!
Zumbi Clay: Eu sou um contribuinte!

Jim Beaver faz um trabalho excelente na pele de Bobby! Desde que ficou cadeirante, é evidente seu sofrimento sem fim! Ele ainda guarda em sua memória a morte de sua esposa, fato que sempre a série traz a tona aproveitando toda a expressividade do ator. Em "Dead Men Don´t Wear Plaid", ele precisa novamente passar pelo dilema de ter que matar o amor de sua vida antes que ela se transforme numa assassina irracional. O drama do personagem é sempre tratado de forma sutil, entre diálogos divertidos de Dean e situações engraçadas.

Ainda que não traga novidades para a temporada e tenha alguns furos no roteiro (como o já citdao motivo mor da volta dos mortos), o episódio é divertido, homenageia os zumbis e traz algumas boas cenas sangrentas. E é sempre bom rever os irmãos em ação...



Dean: Você deu a você mesmo um apelido? Você não pode fazer isso!
Digger: Quem morreu e te nomeou rainha?

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