Não há nada pior numa série do que a imortalidade de seus personagens. Se você assiste ao seriado, mas tem certeza de que seus protagonistas nunca vão morrer, por que você se importaria com eles? Embora o recurso da ressurreição seja bem comum (vide Buffy, Angel e até 24 Horas), o seu uso exagerado pode até estragar o andamento de uma temporada.
No caso de Supernatural, vimos Sam sendo assassinado - obrigando Dean a fazer um pacto -, depois vimos o próprio Dean sendo carregado para o Inferno, além de um episódio especial em que este morre diversas vezes, graças a uma lição de moral do Anjo Zachariah. Ainda que tenham seus exageros, os motivos eram até justificáveis dentro do contexto em que ocorreram.
No início do episódio "Dark Side of the Moon", Sam e Dean são assassinados por caçadores e transportados para o Além. Esse passeio acontece através das lembranças dos momentos vividos pelos jovens: para Dean, o Céu se resumiria a momentos com o irmão ou com a mãe; já para Sam, sempre envolvem a solidão e a independência. A memória do pai é sempre ilustrada como algo desagradável na série, embora os rapazes tenham tentado mostrar o contrário nas outras temporadas.
Por meio de encontros com alguns personagens do passado, os irmãos fogem do temível Zacariah pelos ambientes sinistros, enquanto tentam encontrar um Anjo no Jardim, que seria apto a indicar o paradeiro de Deus. Embora a viagem beire a psicodelia, deixa a desejar essas realidades paralelas que dão ao espectador uma sensação de perda de tempo.
E a ideia de mantê-los como imortais - ainda questiono o porquê da obrigação de manter Sam vivo, se este é o receptáculo de Lúcifer - transmitiu uma sensação de que os irmãos não precisam mais temer o perigo já que sempre serão salvos.
Mesmo com a mensagem pessimista do final do episódio, "Dark Side of the Moon" nada mais é do que uma viagem em círculos. Vale a pena, mas não leva a lugar algum.
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